domingo, 30 de maio de 2010
Testemunho dos Autores - Paulo Godinho
Nasceu no ano de 1962 em Lisboa. Licenciado em Clássicas (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e em Psicologia (ISPA), doutor em Psicologia (EUA) e agregado em Linguística Geral. Professor do ensino secundário (Português e Latim) e do ensino superior (Psicolinguística). Investigador europeu - culturas regionais».
«Confesso que se tratou da minha primeira incursão no mundo da escrita ficcional. Provindo da escrita puramente técnica, onde as palavras devem dizer exactamente aquilo que se pretende, pois comportam per si cientificidade, a proposta de me lançar no ar quente da ficção esbarrou com um balão que se recusava a subir, alegando falta de tempo, excesso de trabalho, actividades múltiplas e também saúde debilitada. Resolvi ser parco, muito parco. O conto começou a fluir, passou para o papel, daí para o lixo e, do lixo, foi repescado já no final, para substituir um novo filho, de cariz ainda técnico. De facto, foi um processo vital na minha evolução. Até porque, paralelamente, dissertava sobre o arameu e o seu legado indo-europeu na formação das línguas ditas eslavas. Grande confusão. Entre o estamoeirado alentejano e o displicentemente reactivo do arameu foi grande a «diarreia mental». Nem imodium, nem qualquer outra substância poderia estancar tal fluxo, mas é destas desconjunções, destas rupturas, que se faz o conhecimento e eu certamente aprendi muito sobre mim próprio, através dum contributo tão pequeno.»
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hum, tou a ver, tou...
ResponderEliminararameu? não será ARA, MEU!, o imperativo do verbo arar, em alentejanês?...
abraço, caro Paulo. É um excelente texto
joão carlos brito
Era so para corrigir a idade do Paulo, se bem me lembro ele nasceu em 1972, nao em 1962 como referem no texto.
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